quarta-feira, 8 de abril de 2009

Quem são os Exus?


São a policia do astral, como alguns dizem. São a diligência do Supremo. E nisto eu acredito.
São entidades de uma luz imensa, de uma sabedoria inigualavel.
Não, eles não fazem o mal. Eles, sim, cumprem o carma.
Ou por acaso, ainda temos a idéia de que o mal que fazemos não será cobrado, que ele será esquecido? Aquela máxima que diz: Aqui se faz, aqui se paga é mais que correta. Nenhuma ação que cometamos fica sem uma reação. è próprio do universo e das leis da física uma reação.
Neste contexto que lhes digo, que os exus estão aqui para que se faça cumprir estas reações.
Os Exus, estes seres de extrema luz, também tiveram que cumprir seus carmas, por isso trabalham na Umbanda, eles resgatam e reparam todo o m
al que fizeram; lembro aqui que o mal, não é somente realizar o mal, é também a omissão de não se realizar o bem.

Lembro de um texto muito interessante e esclarecedor de meu Pai de Santo:

Por Leonardo Guimarães, Exu de um olho só

Já ouvimos falar que “Exú não é bom nem mau”; Ou também que “Exú não tem coração”. Há um ponto cantado que menciona “Exú de um olho só”. E o comportamento - todos sabem que os Exús falam palavrão aos montes.
Ora, espíritos sem coração, com um olho só, que falam palavrão e são capazes de fazer o mal? Não podem ser iluminados. Devem mesmo ser bizarros, demoníacos.
Nada disso. De fato, Exú não é bom nem mau, ele é justo. São o ponto de intersecção, a encruzilhada, o encontro neutro das forças. Daí se dizer terem um olho só, simbologia a demonstrar que Exú transcende a bipolaridade da condição humana. Só vê por um olho, que é o da lei de Zambi, o Criador.
Exú não faz o mal, devolve aos homens o mal por esses praticado, restabelecendo assim o equilíbrio que havia sido alterado pelo arbítrio humano.
Exú fala a língua dos homens, para ser entendido. E qual de nós não fala palavrão sem nem perceber?
Exú, portanto, é espelho, ecoa aos homens a própria torpeza humana. Nada mais do que isso. Se Exú não tem coração, é porque não pode mesmo ter, até porque se fossem emotivos não poderiam ser executores do karma como o são.
Vejamos uma lenda sobre Exú. Havia uma estrada que dividia quatro fazendas, cujos fazendeiros eram amigos. Certa vez, passou um homem por essa estrada, que sobre a cabeça usava um vistoso chapéu. Ao final do dia, os fazendeiros comentaram o fato. Um deles disse: “Viram o homem de chapéu verde?”. E o outro: “Verde, o chapéu era azul!” E o terceiro: “São cegos, o chapéu era preto.” E o último “vocês estão loucos, eu vi bem e o chapéu era vermelho como sangue”. E passaram a discutir. Sem que um conseguisse convencer o outro, desconfiaram-se, acusando-se mutuamente de mentirosos. Juntou gente para ver o furdúncio. Iniciavam ir às vias de fato quando lá de trás grita o homem: “Parem de brigar, estúpidos! Era eu quem usava o chapéu. Eu sou Exú, e gosto de causar confusão!”
Parece boba, mas a história é bastante instrutiva. Basta perceber que Exú nada mais fez do que passar pela estrada com seu chapéu de quatro cores, que representam os quatro elementos, a indicar que domina as forças existentes e por isso é neutro (o mesmo significado da encruzilhada). Os homens é que brigaram por si mesmos, por conta de suas próprias falhas. Caso tivessem acreditado um na palavra do outro não brigariam e poderiam decifrar a verdade. Foi a confusão de Exú que mostrou aos fazendeiros que na verdade eles não eram assim tão amigos, porque incapazes de se confiar. E Exú o que fez? Nada, somente devolveu aos homens sua própria torpeza, para que esses a digerissem e com ela aprendessem sobre a vontade de Deus. Por isso se afirma que Exú é neutro, e habita o ponto de equilíbrio entre o Céu e a Terra (Axis Mundi).
Assim é o povo de Quimbanda. Assim é Exu e “Sem Exú não se faz nada!”. Devemos entende-los para saber respeita-los ou respeita-los enquanto não os entendemos. "